Voos em Porto Seguro estão sujeitos a interrupções

Os pousos e decolagens em Porto Seguro (BA) estão sujeitos a interrupções sempre que houver piora das condições meteorológicas para as operações, como redução do teto (distância vertical entre o solo e o início da camada de nuvens) e/ou da visibilidade (alcance visual horizontal). Ou seja, vão ocorrer atrasos ou cancelamento quando houver mau tempo no local. Essa situação poderia ser evitada, mas não tem merecido a devida atenção da administração do aeroporto, a SINART (Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico), apesar dos alertas e esforços de autoridades do setor aéreo ao longo dos últimos meses. Somente no último final de semana, aproximadamente 2 mil passageiros não puderam desembarcar em Porto Seguro em decorrência das restrições.

 

A possibilidade de impacto nas operações teve início em meados desse ano, mas está agravada agora com a chegada da alta temporada de turismo e o início do verão. Com o aumento da demanda por viagens aéreas para Porto Seguro e chances de instabilidade das condições meteorológicas, fica mais difícil a reprogramação de voos e a reacomodação de passageiros.

 

Em julho, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) promoveu a certificação do aeroporto de local. A iniciativa faz parte um compromisso internacional da autoridade aeronáutica brasileira, uma vez que no aeroporto são realizados voos de e para outros países. A certificação consiste no enquadramento de um aeródromo aos padrões de operação recomendados pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Na prática, os aeroportos certificados sobem de importância e ganham maior prestígio perante a comunidade global de aviação. Uma localidade turística, por exemplo, aumenta seu potencial de atrair voos e visitantes pois passa a ter um aeroporto com a garantia de atendimento dos melhores e mais modernos padrões operacionais.

 

No caso do aeroporto baiano, durante a certificação foram constatadas inconformidades. A certificação foi então concedida, mas com restrições. Isso significa dizer que não há impedimento aos pousos e decolagens: apenas é necessário ser mais conservador em determinadas circunstâncias. Com os problemas encontrados, seguindo os padrões da OACI a ANAC só são permitidas operações em condições visuais. Assim, pousos e decolagens estão proibidos quando há piora das condições meteorológicas e se torna necessário o uso de auxílios (instrumentos). Nesses casos as companhias são obrigadas a esperar o fim do mau tempo para poder aterrissar ou decolar, o que gera um efeito dominó nos próximos voos.

 

Desde que esse problema foi constatado, entidades do setor (ABEAR, empresas aéreas, ANAC e DECEA) tem trabalhado em conjunto. Os profissionais envolvidos reuniram e consolidaram informações, produzindo estudos para auxiliar a SINART na adequação do aeroporto. A postura da administração tem sido marcada por protelar a implantação das soluções necessárias, resultando na situação atual. O impasse já foi comunicado inclusive às autoridades estaduais e federais interessadas.

 

A ABEAR e suas associadas estão comprometidas em seguir trabalhando para resolver o impasse da forma mais rápida possível, e assim minimizar os transtornos aos passageiros e à população local. 

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