Redução das tarifas aéreas chega a 43% em 12 anos

Segundo dados do mais recente Relatório de Tarifas Aéreas da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o preço médio dos bilhetes domésticos passou, em valores reais (ou seja, ajustados pela inflação), de R$ 580,58, em 2002, para R$ 330,25, em 2014. A variação corresponde a uma redução de 43,12% no preço. No mesmo período, o índice acumulado de inflação medido pelo IPCA foi de 123,97%. O documento da ANAC, em sua 32ª edição, analisa todas as passagens vendidas no Brasil no ano, mais de 53 milhões, em cerca de 8.000 voos domésticos.

Liberdade e opção para os consumidores

Amparado pelo aumento da renda da população, esse comportamento de preços, sem paralelos em outros segmentos da economia, só foi possível a partir da instituição da liberdade tarifária no mercado de aviação, o que aconteceu a partir de 2002. Até então, sob diferentes modelos, havia interferência do governo, que definia o valor de apenas algumas poucas tarifas. Assim, era limitada a concorrência entre as empresas e restritas a possibilidades de escolha por parte dos consumidores. Dentro do ambiente de liberdade tarifária, que já existia nos Estados Unidos, mercado de referência da aviação mundial, desde o final da década de 70, a quantidade de viagens aéreas dentro do Brasil triplicou em 10 anos.

Um estudo recente, que faz parte do Panorama 2014 da ABEAR, comprova essa trajetória dentro de uma perspectiva histórica. Acompanhando a variação do yield (preço pago por quilômetro voado) doméstico médio no Brasil entre 1970 e 2014, o levantamento mostra uma redução de 70% no período. A maior redução, entretanto, da ordem de 57%, aconteceu justamente entre 2002 e 2014.

Com mais liberdade para diferenciar produtos e definir preços, as companhias aéreas puderam oferecer passagens para variados públicos (como passageiros a lazer ou a trabalho) e tamanhos de bolso. Na prática, isso corresponde às diferentes classes tarifárias. Diferentemente do passado, quando existiam preços únicos para primeira classe, econômica e executiva, agora são praticados diferentes valores de bilhetes para cada uma dessas classes de serviço. Dentro delas, os preços variam em função de aspectos – comportamentos de consumo – como a antecedência de compra, data, dia da semana e hora da viagem, tempo de permanência no destino, benefícios concedidos nos programas de fidelidade e a maior ou menor flexibilidade para fazer remarcações ou cancelamentos de bilhetes, entre outros fatores.

É por isso que passagens promocionais são uma espécie de acordo entre as partes: preços muito vantajosos são oferecidos , mas com a limitações e multas em caso de alteração dos planos de viagem. Por outro lado, existem também passagens, com valores mais elevados, mas que permitem grande flexibilidade de remarcação ou cancelamento. Muitas vezes sem custos adicionais.

Fazer com que essas passagens cheguem aos consumidores e atendam às diferentes necessidades, por sua vez, é possível pelo sistema de precificação dinâmica das companhias. Esse é o mecanismo que está por trás dos sites de venda de passagens. Conciliando os parâmetros de escolha mencionados acima e os níveis de oferta e demanda, são apresentadas as opções dentre as quais os consumidores podem escolher as que melhor atendem seus interesses em termos de valores e flexibilidade de alteração ou cancelamento.

GraficoYield

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