Ranking acidentes não reflete segurança operacional de aéreas

Com relação a um levantamento divulgado pela consultoria alemã Jacdec, que inclui as associadas da ABEAR GOL e TAM em posições ruins em um ranking de índice de segurança, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), que reúne AVIANCA, AZUL/TRIP, GOL e TAM, entende que tal levantamento de maneira alguma reflete a situação atual de segurança das companhias aéreas.

A metodologia do referido ranking leva em conta apenas os acidentes das companhias aéreas nos últimos 30 anos e o número de mortes, sem considerar qualquer iniciativa, certificados, auditorias de órgão independentes ou qualquer outro procedimento de segurança adotado pelas companhias. Ou seja, não é uma avaliação de segurança, apenas um apanhado sobre acidentes. “Esta entidade faz um levantamento do histórico de acidentes, considerando também o número de fatalidades envolvidas, e este índice realmente não avalia o nível atual de segurança de uma empresa aérea. O padrão utilizado não traduz a situação de segurança ou insegurança de uma empresa”, explica Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voos da ABEAR.

A indústria do transporte aéreo teve, em 2012, seu ano mais seguro desde 1945 (quando as estatísticas começaram a ser coletadas) e o Brasil não foi diferente; não tivemos nenhum acidente aeronáutico a lamentar.

Ambas as empresas citadas, além de seu histórico de 2007 até hoje sem acidentes, passaram recentemente por Auditoria de Segurança Operacional da IATA (Associação Internacional das Empresas Aéreas) e obtiveram o certificado IOSA, em sua plenitude. O IOSA é o sistema independente de avaliação mais completo e aceito internacionalmente em segurança operacional, destinado a avaliar os sistemas de gestão e controles operacionais de companhias aéreas.

“As associadas ABEAR possuem frotas de última geração e a autoridade aeronáutica brasileira é uma das mais respeitadas do mundo, portanto, os aviões das empresas aéreas brasileiras, ao serem certificados por tal, são de total segurança operacional”, frisa Adalberto Febeliano, consultor da entidade, lembrando que “muitas consultorias desenvolvem metodologias para avaliar o grau de risco que não tem suporte técnico adequado. Nenhum profissional do setor leva a sério essas listas e rankings de empresas mais ou menos seguras. Elas normalmente são elaboradas a partir de dados históricos, não refletem em absoluto as práticas correntes de segurança das empresas aéreas e não avaliam em absoluto o nível de segurança praticado”.

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