Método personalizado para treinamento de pilotos exige trabalho conjunto entre empresas aéreas e Agência Reguladora

O Programa AQP permite a construção de um programa de treinamento mais flexível e que se adapte às necessidades e peculiaridades de cada companhia

 

O Programa Avançado de Qualificação de Pilotos (AQP), método de trabalho elaborado em conjunto pelas companhias aéreas e autoridades aeronáuticas com a finalidade de melhorar a segurança operacional da companhia por meio do aperfeiçoamento de processos, foi apresentado em um curso promovido pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) nesta terça-feira, 24 de novembro.

O evento, que teve o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), contou com a presença de especialistas no assunto, inclusive internacionais, e reuniu um grupo de pilotos da aviação comercial na sede da associação.

Segundo o diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR, Ronaldo Jenkins, o evento foi o primeiro passo para adequar os padrões de treinamento no Brasil com a realidade dos mercado mais desenvolvidos. “Nossa intenção como associação é sempre promover o que há de mais avançado na aviação. O AQP é uma forma de se construir um programa de instrução para pilotos, de forma conjunta com a ANAC, que compreende e respeita as especificidades e necessidades de cada companhia”, comentou o executivo.

O gerente do Programa Avançado de Qualificação da Federal Aviation Administration (FAA), nos Estados Unidos, Douglas Farrow, comentou que o AQP foi desenvolvido em 1990, mas sua implantação em outros mercados começou há cinco anos. “Queremos contribuir para a construção do treinamento nas companhias brasileiras. Temos a experiência e as ferramentas necessárias para que isso aconteça com eficiência e agilidade. As companhias brasileiras estão prontas para isso. Se a implantação começasse hoje, dentro de um ano os primeiro pilotos começariam esse treinamento”, disse Farrow.

Ainda de acordo com o gerente, o AQP se baseia em proficiência e é mais flexível do que os treinamentos tradicionais de pilotos. “No novo método, os avaliadores estão mais interessados em mensurar competências do que em considerar horas de treinamento. O programa possui cinco fases para ser construído: análise, projeto, desenvolvimento, implementação e manutenção”.

O curso contou ainda com a participação do Gerente AQP Corporativo da LATAM, Cmte Humberto Lira Bustos; do Chefe de Treinamento das Américas na Boeing Flight Services (BFS), Kenneth Shrum; e do Chefe de Operações de Voo e Política de Treinamento da AIRBUS, Cmte Xavier Lesceu. Temas como evolução dos simuladores, treinamento fundamentado em evidências e capacitação de instrutores também foram destaque no curso.

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