Mais de 60% das passagens foram vendidas por menos de R$ 300 no 1º semestre de 2014

Os ganhos em eficiência das companhias aéreas brasileiras e a liberdade tarifária, em vigor no mercado nacional desde 2002, foram os principais responsáveis para que mais de 60% das passagens aéreas vendidas no país, durante o primeiro semestre de 2014, ficassem abaixo de R$ 300. A constatação é do Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).  Por esse levantamento, a tarifa média foi de R$ 324,45 nesse período.

Ainda de acordo com a publicação, 14,5% dos assentos foram ocupados por valores inferiores a R$ 100. Por outro lado, apenas 0,54% das passagens foram vendidas por mais de R$1.500. Maurício Emboaba, consultor técnico da ABEAR, afirma que houve grande avanço do setor para que a tarifa chegasse nesse patamar. Ele destaca que em 2002, por exemplo, apenas 19,6% das passagens eram vendidas por valores inferiores a R$ 300.

“Até o final da década de 2000 as tarifas eram controladas pelo governo. Naquela época, a meta era um aproveitamento da aeronave de 65% e o valor da passagem era calculado para que as companhias conseguissem operar com essa margem”, diz Emboaba. Para ele, a principal consequência desse controle era a inexistência de competitividade entre as empresas, já que os valores eram estipulados pelo governo. “A partir de 2001, com o advento da liberdade tarifária, o mercado pôde evoluir estabelecendo novas tarifas, mais baratas, e conseguindo aumentar a eficiência das operações das companhias, como melhoramento da taxa média de ocupação dos aviões”, acrescenta.

Segundo o consultor, essa mudança foi a grande responsável pela diminuição do preço da passagem. Porém, para ele o setor ainda encontra algumas dificuldades. “Mesmo com uma ocupação excelente de mais de 80% dos aviões (índice equivalente ao mercado norte-americano) ainda temos gastos expressivos, principalmente relacionados ao querosene de aviação (QAV), que conta com alto imposto na composição de sua precificação. Além da valorização do câmbio, que impacta em várias atividades”.

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