Episódios recentes com aeronaves brasileiras mostram que segurança é prioridade para a aviação

Com idade média de 7,4 anos, abaixo da média de 10,2 anos das principais empresas da Europa, Estados Unidos, a frota de aeronaves das companhias aéreas nacionais é uma das mais novas do mundo.

Essa característica, além de alinhar a aviação brasileira às mais modernas tecnologias para aviação, confere mais segurança para os voos, tanto para os tripulantes quanto para os passageiros.

Exemplo claro disso foram dois episódios que aconteceram com as companhias nacionais na última semana de outubro deste ano. No dia 31, por exemplo, uma aeronave da LATAM, que faria um voo entre São Paulo (SP) e Santiago, no Chile, precisou fazer um pouso em Buenos Aires, na Argentina, após passar por uma área de turbulência e ser atingida por uma grande quantidade de granizo.

Apesar das avarias, o Airbus A320 da LATAM conseguiu pousar tranquilamente na capital argentina, onde passará por revisão e manutenção. Os passageiros e tripulantes foram realocados em outro avião e seguiram viagem até Santiago.

Outro exemplo foi um voo da AZUL, com o modelo Embraer 190, que saiu do Aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá (MT) com destino para o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP),  no dia 30 de outubro, e teve de pousar em Ribeirão Preto, após três arremetidas em Campinas por conta de condições climáticas adversas (chovia e ventava muito durante o procedimento). Assim como o voo da LATAM, a aeronave da AZUL pousou de maneira segura em Ribeirão Preto.

Segurança – Apesar de impressionar quem não está acostumado, a arremetida, como o caso do voo da Azul, é um procedimento normal na aviação e tem como objetivo preservar a segurança do voo.

De acordo com o comandante Paulo Roberto Alonso, consultor técnico da ABEAR, o pouso nada mais é que a descontinuidade de uma arremetida, uma operação prevista em todos os voos.  “Os pilotos são instruídos a checarem todos os procedimentos antes do início da descida da aeronave: aproximação, pouso e arremetida. Todos esses procedimentos são inseridos no computador de bordo”, diz.

O especialista afirma que existe uma mistificação em torno do assunto, pois algumas pessoas acreditam que o avião arremete por conta de algum problema com aeronave ou porque algo grave está acontecendo, o que não é verdade. “O procedimento é realizado por segurança e os motivos variam. Pode ocorrer quando há excesso de vento, condições meteorológicas desfavoráveis, presença de algum objeto ou outra aeronave na pista, ou até mesmo o aparecimento de aves pode ser decisivo”, afirma.

Se o piloto identificar a necessidade de arremeter a aeronave, acrescenta Alonso, essa decisão tem de ser comunicada para um órgão de controle, pois se trata de uma ação que deve ser de conhecimento de todos.

Já em condições de chuva intensa, com grande quantidade de granizo, como o caso do voo da LATAM, as aeronaves conseguem realizar todos os procedimentos de pouso por conta da alta tecnologia aplicada, garantindo a segurança de todos a bordo. “Além disso, pilotos e tripulantes são altamente capacitados para enfrentar uma situação adversa, como essa com o Airbus A320 da LATAM”, conclui Alonso.

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