Demanda aérea doméstica volta a crescer em setembro

A procura por voos domésticos no Brasil em setembro foi 1,89% maior do que a registrada no mesmo mês de 2018. O crescimento interrompe um ciclo de quatro baixas na estatística, entre maio e agosto. O período foi marcado por desequilíbrio na relação entre oferta e demanda após a repentina paralisação das operações da Avianca Brasil, até então quarta maior empresa nacional. As companhias em atuação mostraram rápido poder de reação para um setor que trabalha com planejamento de longo prazo e demanda vultosos investimentos em equipamentos e recursos humanos. Assim, superando inclusive disponibilidade de aeronaves limitada globalmente, já neste mês de setembro a oferta de transporte aéreo doméstico em setembro foi 0,49% maior do que há um ano. A plena reposição da oferta perdida deve seguir em curso pelo menos até o início de 2020.

Com a demanda avançando perante uma oferta ainda em reestabelecimento em setembro, o fator de aproveitamento dos voos seguiu em aprimoramento, subindo 1,12 ponto percentual para o patamar de 81,85% de ocupação. Foram transportados pouco mais de 7,8 milhões de passageiros domésticos no mês, com crescimento de 2,78% no volume total (mais de 145 mil viajantes adicionais).

Em perspectiva individual, os resultados das principais companhias em setembro seguem mais positivos do que os números consolidados do mercado. Os dados apresentados incluem as operações das associadas ABEAR (GOL, LATAM, MAP, TWOFLEX e VOEPASS) e números agregados das demais empresas atuantes no mercado nacional.

Acumulado no ano – Doméstico

De janeiro a setembro deste ano, na comparação com igual intervalo de 2018, a demanda aérea doméstica consolidada apura leve crescimento de 0,26% para uma oferta 1,91% menor. Desta relação resulta o fator de aproveitamento em elevação de 1,79 ponto percentual, alcançando 82,48% de ocupação das operações. O total de passageiros transportados se aproxima de 70 milhões, com crescimento de 0,96% sobre o ano passado (666 mil viajantes a mais).

MERCADO INTERNACIONAL

Assim como mencionado para o mercado doméstico, para o mercado internacional as estatísticas das associadas ABEAR são apresentadas juntamente com o agregado das demais companhias brasileiras. Este grupo de empresas representa cerca de 30% das operações aéreas internacionais envolvendo o Brasil. A parcela restante é detida por empresas de bandeira estrangeira.

Neste panorama pulverizado do mercado internacional, os efeitos da ausência de uma companhia aérea a partir de abril seguem se manifestando de forma distinta em relação ao transporte doméstico. Os resultados consolidados de setembro são piores do que os dos últimos meses. Mesmo os resultados individuais entre as transportadoras brasileiras não são uniformes. Possíveis explicações são estratégias distintas das operadoras (incluindo o cenário de custos e o que tange gestões relativas a alianças/parcerias comerciais), além da trajetória instável do câmbio no país e agitações políticas no continente, o que afeta o comportamento dos público consumidor.

A demanda por voos entre o Brasil e o exterior em setembro registrou, então, desaquecimento de 7,56% na comparação com o mesmo mês de 2018. A oferta, por sua vez, apresentou-se bastante retraída em 12,19%. A contração da oferta em patamar muito superior à da demanda levou ao incremento expressivo de 4,31 pontos percentuais do fator de aproveitamento das operações, que alcançou o patamar de 85,90% no mês.

Apesar do melhor aproveitamento dos voos, o volume de passageiros transportados no mês também apresentou recuo, de 9,16%, somando 694 mil viagens realizadas (baixa de 70 mil passageiros).

Acumulado no ano – Internacional

No acumulado de janeiro a setembro, a oferta internacional ainda registra ampliação de 1,28% na comparação com igual intervalo do ano anterior. Na mesma perspectiva, a demanda avança 3,50%. O fator de aproveitamento tem melhoria de 1,81 ponto percentual para 84,38% de ocupação dos voos no período. O total de passageiros transportados supera 7 milhões, com elevação de 1,09% (acréscimo de 75,5 mil viagens).

TRANSPORTE DE CARGA E CORREIO

As estatísticas de carga e correio incluem as operações das associadas GOL, LATAM, LATAM CARGO e TWOFLEX, além do registro agregado dos transportes realizados pelas demais empresas brasileiras. Os números de MAP e VOEPASS têm hoje caráter de registro estatístico.

O conjunto de empresas brasileiras transportou aproximadamente 36,4 mil toneladas de carga no mercado doméstico em setembro (queda de 6,54%) e 17,3 mil toneladas no mercado internacional (baixa de 25,10%).

No acumulado dos nove meses do ano foram movimentadas 328,6 mil toneladas de carga em rotas domésticas (retração de 4,20%) e 168,3 mil toneladas nas rotas internacionais (recuo de 20,05%).

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