CENIPA registra 142 ocorrências de balões em 2015

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) registra neste ano 142 avistamentos de balões não tripulados no céu relatados por tripulantes de aeronaves em voo,  volume praticamente igual ao de janeiro a junho do ano passado (140). A comparação com os primeiros semestres de 2013 e 2012, quando foram relatadas 86 e 36 ocorrências, respectivamente, mostra como é preocupante o crescimento desse tipo de prática nos últimos anos.

“Percebemos que há um aumento no número de ocorrências, principalmente nas regiões do sudeste do país. Investimos muito em campanhas de conscientização, pois é a única forma de prevenção”, afirma o tenente-coronel Francisco José Azevedo de Morais, do CENIPA. Ele alerta para a necessidade da população colaborar com a aviação brasileira, por meio de relatos de avistamentos de balões, contribuindo com o trabalho de pilotos e controladores de tráfego aéreo.

De acordo com o especialista, a prática é considerada crime ambiental na legislação brasileira e também pelo Código Brasileiro Aeronáutico, pois expõe o avião ao risco. “Precisamos lembrar que a soltura de balão pode acarretar em graves consequências. Não é apenas uma prática cultural, os danos ambientais e para aviação podem ser enormes”, disse.

Outro fator que corrobora com a necessidade dos relatos é o fato de que os balões não são detectados por radares, já que sua massa é composta basicamente por gases. Para o consultor técnico da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), comandante Paulo Roberto Alonso, a manobra para desviar do balão é simples, mas é essencial que o piloto saiba exatamente onde o artefato está. 

“A comunicação sobre a localização dos balões é sempre feita pelos próprios pilotos quando se deparam com um, pelo controle de trafego aéreo ou pelos funcionários dos aeroportos. A partir daí, há uma disseminação da informação para que o desvio seja realizado por todas as aeronaves. Ele deve ser feito com antecedência e de forma suave, assim, os passageiros nem sentem a manobra evasiva, mas certamente aumenta o tempo do voo e desestabiliza a manobra que está em execução”, diz o comandante.

Alonso comenta ainda sobre as consequências de um eventual encontro entre a aeronave e um balão. “O impacto do artefato com a aeronave pode causar danos à fuselagem (amassamentos), às turbinas e às hélices. Além disso, a presença deles em áreas próximas a aeroportos pode provocar fechamento de pista, cancelamento e atrasos de voos”.

Riscos para o aeroporto

Além do perigo para as aeronaves, os balões também oferecem risco aos aeroportos. De acordo com a Infraero, dentro dos aeródromos há grande quantidade de vapor de combustível, o que pode aumentar a probabilidade de um incêndio.

Para prevenir esse tipo de ocorrência, a empresa oferece aos seus funcionários cursos específicos de segurança operacional em caso de queda de balão. Outra iniciativa é a promoção de palestras em comunidades vizinhas a aeroportos com maior incidência de avistamento do artefato, como nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para colaborar com o registro de avistamento de balões, acesse: http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/baloeiro/index

 

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