Autoridades do setor aéreo e parlamentares conhecem melhores práticas internacionais

evento_fadiga_siteQuatro dos maiores especialistas do mundo em jornada de trabalho dos aeronautas estiveram ontem, em Brasília, para apresentar às autoridades e parlamentares as melhores práticas de Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga (SGRF) em mercados como o americano e o europeu.

Esse sistema é uma coleta de dados e informações dos pilotos que, cruzadas com a malha de voos, possa  garantir a escala mais eficaz possível, considerando-se aspectos de segurança operacional, fadiga e produtividade, tanto do tripulante quanto da malha.

O evento foi realizado pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (da sigla em inglês IATA), em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), no momento em que o Congresso Nacional discute uma nova regulamentação para essa categoria.

“Precisamos nos adaptar ao dinamismo do setor, visando oferecer benefícios para o consumidor, com uma aviação mais segura e mais acessível”, disse Carlos Ebner, diretor da IATA no Brasil.

Diretor de segurança da Aviação e Navegação Aérea da Organização da Aviação Civil Internacional (da sigla em inglês ICAO), Catalin Radu, afirmou que a fadiga não pode ser eliminada, mas deve ser gerenciada. “O Estado deve ter seu próprio regulamento de gerenciamento de fadiga baseado em princípios científicos, conhecimentos e experiência profissional”, disse.

Na apresentação de Kathryn Jones, da Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA, na sigla em inglês), foi verificado que desde 1972 esse tema foi estudado por meio de um Comitê formado por pessoal do CAA, operadores aéreos, associações de pilotos, cientistas e peritos médicos.

O capitão Jim Mangie, da Delta Air Lines, detalhou o processo na Federal Aviation Administration (FAA), que começou em 2009 e passou por consulta pública no ano seguinte, tendo sido publicada a versão final em 2012 e efetivada em 2014. “O trabalho buscou estabelecer equilíbrio real entre segurança, produtividade e custos”, afirmou.

Durante a sua palestra, Viktor Robeck, diretor-assistente de Segurança, Operações de Voo, Treinamento e qualificação da IATA, citou o Manual para a Implementação do SGRF, que nasceu de trabalho conjunto entre IATA, ICAO e Federação Internacional dos Pilotos de Linhas Aéreas (IFALPA, em inglês). Ele esclareceu que não existe uma versão padrão que sirva para todas as empresas aéreas, pois o sistema tem de ser desenvolvido por elementos da própria companhia com integral conhecimento de suas operações. “A implementação do SGRF é feita em fases e não se dá do dia para a noite”, afirmou.

Em todos os mercados onde o SGRF foi implementado, o processo foi conduzido pela Autoridade Aeronáutica local.

O evento contou com a presença da deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ), presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara, do presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Marcelo Guaranys, além de representantes da Secretaria de Aviação Civil (SAC), do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e executivos das associadas à ABEAR (AVIANCA, AZUL, GOL e TAM).

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