Associadas ABEAR debatem concessão do Santos Dumont em audiência no Senado

GOL, LATAM Brasil e ITAPEMIRIM, integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), participaram nesta sexta-feira (22) de uma audiência pública no Senado para debater os impactos da concessão do aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O terminal integra a 7ª rodada de concessão de aeroportos do Governo Federal em um bloco composto ainda pelo aeroporto de Jacarepaguá (RJ) e os aeroportos mineiros de Montes Claros, Uberaba e Uberlândia.

O encontro foi requerido pelos senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), Romário (PL-RJ) e Carlos Portinho (PL-RJ), que conduziu a sessão. Deputados federais, estaduais e senadores que participaram da audiência manifestaram preocupação em relação ao esvaziamento aeroportuário e econômico do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, o RIOgaleão, situado a apenas 17 km do Aeroporto Santos Dumont.

SENADORES

Alvo de grande parte dos parlamentares presentes, o modelo de concessão do Aeroporto Santos Dumont foi o centro do debate. “Todos aqui concordam com a concessão do Santos Dumont. A questão é a modelagem. Uma audiência pública é necessária para ouvir, até porque o investidor que vai arrematar este bloco não pode perder essas informações”, afirmou o senador Carlos Portinho.

O senador Antonio Anastasia colaborou com o debate citando Minas Gerais, que viu o seu hub de aviação comercial migrar do Aeroporto da Pampulha para o Aeroporto de Confins. “A situação do Rio de Janeiro é um pouco distinta, porque o Santos Dumont também é um aeroporto de grande movimentação, mas não há necessidade de termos voos de longo curso do Santos Dumont, para Manaus, Fortaleza ou Recife. Estes voos são próprios do Galeão, para garantir esta conectividade”, destacou o senador.

LATAM

A possibilidade de esvaziamento do Galeão foi descartada pela coordenadora de coordenadora de negócios aeroportuários da LATAM Brasil, Priscilla Yugue. “É importante com a concessão dos aeroportos, tanto Congonhas quanto Santos Dumont, que a vocação deles seja mantida. Defendemos que a operação internacional deve ficar limitada ao Galeão e Guarulhos. Naturalmente eu não consigo operar todo o leque de rotas que a gente opera no Galeão no Santos Dumont. Defendemos que a LATAM e as demais companhias tenham liberdade para operar as demais rotas domésticas, que forem operacionalmente viáveis e economicamente atrativas para as companhias”, afirmou Priscilla Yugue.

GOL

O assessor da presidência da GOL, Alberto Fajerman, chamou atenção para o fato de existirem demandas diferentes para os dois aeroportos. “O Galeão e o Santos Dumont coexistem desde sempre e nós achamos que podem continuar coexistindo. Para se ter uma ideia, temos 18 destinos para os quais voamos a partir do Galeão e sete ou oito destinos a partir do Santos Dumont. Temos destinos que voamos dos dois aeroportos. Somos favoráveis a coexistência dos dois aeroportos e operacionalmente nós temos a destinação de cada mercado pela própria estrutura dos aeroportos”, ressaltou Fajerman

ITAPEMIRIM

O diretor Regulatório e de Relações Institucionais do Grupo Itapemirim, Ricardo Bezerra reforçou a demanda consolidada do Galeão. “As concessões tanto do Santos Dumont quanto de Congonhas são importantes para o Brasil e para desenvolver mais estes aeroportos. A ITAPEMIRIM vai continuar voando para o Galeão, mesmo que a gente tenha condição de voar para o Santos Dumont, porque o Galeão já é um hub importante”, afirmou.

SAC

Ronei Glanzmann, secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, propôs que o debate fosse em torno de ampliar a demanda e não a dividir . “Ao invés de discutirmos uma divisão da demanda entre o Santos Dumont e o Galeão, vamos mudar para uma discussão de crescer esta demanda, fazer o Rio de Janeiro se tornar o segundo maior terminal aéreo do Brasil, como já foi”, salientou.

ANAC

O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Tiago Pereira, participou ressaltando a importância de desregulamentar o setor. “Antes, o transporte aéreo era de luxo e o processo de desregulamentação isso tornou o transporte mais regular, pois ele cresceu tanto que inclusive foi isso que deu início ao processo de concessões”, afirmou diretor da ANAC.

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