ABEAR discute os altos custos da aviação no II Fórum Conectividade

As altas recordes da cotação do dólar em relação ao real e a disparada dos custos do transporte aéreo foram destaque na avaliação do ano de 2019 feita pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Eduardo Sanovicz, durante o II Fórum Conectividade: Hub de negócios, realizado pela revista Mercado & Eventos e a Promo Marketing Inteligente, nesta segunda-feira (2). O evento reuniu executivos de empresas e autoridades do setor, no Teatro Renaissance, em São Paulo (SP).

Durante a manhã, Sanovicz participou do painel de abertura, “Cenário Brasil: Investimentos e infraestrutura para crescimento da conectividade”, ao lado do secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, do secretário estadual de turismo de São Paulo, Vinícius Lummertz, e do presidente da Azul, John Rodgerson. A mediação foi do empresário Guilherme Paulus.

Segundo Sanovicz, 2019 foi desafiador, principalmente pelo fim da AVIANCA. “Não víamos um setor tão fragilizado desde 2005, quando a Varig encerrou suas atividades”, disse. “Com o fim da AVIANCA nós reduzimos em apenas 45 dias cerca de 14% da oferta de assentos, e essa redução teve impacto no preço dos bilhetes”, afirmou o executivo, complementando que em janeiro a aviação brasileira estará com a oferta reposta, com o mesmo número de aeronaves à época do fim das operações da companhia aérea.

O executivo disse ainda que a desvalorização da moeda brasileira em 2019 foi prejudicial ao setor. “A disparada do dólar não vai passar impune ao nosso setor. Mais da metade dos custos são dolarizados, como o preço do QAV, o leasing de aeronaves e a manutenção”, acrescentou.

Na parte da tarde, o presidente da ABEAR conduziu a palestra “O custo Brasil: Desafios e oportunidades para impulsionar a aviação”, destacando os altos custos que impactam a aviação, como o preço do querosene de aviação (QAV) e o crescente número de processos judiciais contra as empresa aéreas, que deve onerar o setor em R$ 200 milhões somente em 2019. Isso impacta, por exemplo, a chegada das empresas aéreas estrangeiras no Brasil. “A irlandesa Ryanair, que atualmente é a empresa que melhor gerencia seus custos no mundo, custaria 24% a mais caso operasse hoje no país. São custos que só existem aqui e afastam o interesse das empresas em operar voos domésticos no Brasil”, disse.

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