ABEAR debate no Senado o uso do bioquerosene

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) participou na terça-feira (7) da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas, com o objetivo de debater a possibilidade de se investir em bioquerosene como combustível alternativo para reduzir a emissão de gases do efeito estufa e amenizar o aquecimento global. A audiência pública foi realizada no Senado, que tem o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) como relator dessa comissão.

As principais matérias-primas com potencial para substituir o querosene de origem fóssil são, em sua maioria, obtidos a partir de óleos vegetais e insumos açucarados, como a cana-de-açúcar. O bioquerosene é derivado de biomassa renovável e tem sido usado na alimentação das turbinas de aeronaves, tornando-se um combustível complementar ao querosene de aviação (QAV).

Airton Pereira, diretor de relações institucionais da ABEAR, ressaltou o desafio e as necessidades do setor aéreo diante da oportunidade de desenvolvimento do bioquerosene. Ele lembrou do salto no número de passageiros da aviação a partir de 2002, quando foi implementada a liberdade tarifária. Naquela época, eram 30 milhões de passageiros. Atualmente, são mais de 100 milhões. Nos últimos três anos, contudo, o setor sofreu uma retração e perdeu passageiros, além de ter registrado um forte aumento de custos.

“O querosene de aviação e a dificuldade do setor se alinham com o que o bioquerosene pode representar. Hoje, o querosene de aviação, em função da tributação, é um grande desafio para qualquer estratégia de redução de custos”, afirmou Pereira.

A ABEAR reforçou as questões ambientais que englobam o uso do bioquerosene e também reforçou que irá incluir na pauta das empresas aéreas brasileiras esse debate. “Enxergamos que, além de atender o compromisso com a redução de emissões, o bioquerosene pode contribuir com a aviação regional e gerar empregos. Apoiamos e confiamos que este mercado vai surgir e representar uma oportunidade para o mercado expandir, colocar mais passageiros a bordo e voar mais”, disse o diretor da ABEAR.

Também estiveram presentes na audiência pública: Miguel Ivan Larceda de Oliveira, diretor do Departamento de Biocombustíveis da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME); Pedro Scorza, diretor de biocombustível de aviação da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio); Bruno Galveas Laviola, pesquisador da Embrapa; Daniel Bassani, gerente de relações externas da EMBRAER; Onofre Andrade, coordenador sênior de pesquisas em biocombustíveis da Boeing no Brasil.

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