ABEAR comemora dispensa de vistos para as Olimpíadas

A proposta de dispensar cidadãos estrangeiros de algumas nacionalidades da obtenção prévia de visto de entrada no Brasil em razão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sancionada ontem pela presidenta Dilma Rousseff, tem potencial para aumentar o fluxo de visitantes, beneficiando o setor de aviação e contribuindo para a promoção turística do país. A avaliação é de Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Segundo o Ministério do Turismo (MTur), estarão contemplados com a isenção os cidadãos de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. O órgão prevê um aumento de até 20% no número de turistas estrangeiros que entrarão no Brasil durante o período do regime especial de imigração.

Para o executivo da ABEAR, “a experiência da Copa confirmou que a realização dos grandes eventos esportivos não traz uma demanda adicional para a aviação. O que acontece é a simples troca dos passageiros de negócios pelo público de lazer. Em junho e julho de 2014 não crescemos em relação ao ano anterior”. Sanovicz explica que isso ocorre porque o público corporativo, que predomina no cotidiano da aviação, tende a se retrair nessas ocasiões, reprogramando eventos e compromissos para outras épocas, dando lugar aos fãs de esporte do Brasil e do exterior. “A dispensa dos vistos para um grupo maior de turistas facilita a vinda ao Brasil e ajuda compensar esse efeito, especialmente quando vivemos um momento em que a demanda normal da aviação doméstica já tem apresentado tendência de queda em razão do desaquecimento econômico nacional”, avalia.

A dispensa dos vistos prévios para americanos, canadenses, australianos e japoneses se dará por meio de uma portaria conjunta entre as pastas do Turismo, Justiça e Relações Exteriores. Será válida de janeiro a setembro de 2016. Segundo dados do MTUR, desse grupo, os Estados Unidos aparecem ao longo dos últimos sete anos como o segundo principal emissor de turistas ao Brasil, atrás apenas da Argentina. O Japão também aparece entre os 15 maiores emissores nos últimos anos. “De uma maneira ou de outra, estamos falando de mercados relevantes pelo volume de visitação e pelo histórico de participação nos Jogos Olímpicos, ou seja, são países que movimentam grandes delegações e despertam elevado interesse dos fãs”, avalia Sanovicz. “A vinda de mais visitantes desses países durante as Olimpíadas tem um efeito de longo prazo e ajuda a consolidar a imagem do Brasil como destino turístico”, comenta o presidente da ABEAR, também professor do curso de Turismo da Universidade de São Paulo. “De nossa parte, estamos trabalhando para isso ao preparar para o público uma prestação de serviços com a mesma qualidade que oferecemos na Copa, com pontualidade, regularidade e abrangência de malha”.

Na prática, a flexibilização desburocratiza os planos de viagem, dispensando deslocamentos, às vezes longos, e apresentação de documentos às autoridades consulares brasileiras no países de origem antes do embarque. Além disso, ajuda a reduzir custos envolvidos no processo, com o pagamento de taxas e outras despesas.

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